Como escolher um filhote

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Como escolher um filhote

Max Macedo
Escrito por Max Macedo em 9 de outubro de 2017

A escolha de um “SUPER FILHOTE” é fácil? Posso responder que: SIM! É facílimo!!!

Nos meus 20 anos de criação, e como pioneiro no Brasil em criar sistematicamente linhagens de trabalho, tenho observado que dentro das ninhadas é muito fácil observar aqueles filhotes que saltam aos olhos. Estranho essa afirmação não? Eu vou chegar ao meu objetivo e espero descortinar algo mais das minhas intenções.

Repetindo, escolher o “SUPER FILHOTE” é muito fácil até para os leigos! Todos procuram os mais rápidos, com mais “drives”, mais “alpha”(como chamam) etc; aí pronto, muito fácil detectar! Como criador, o que mais ouço são afirmações absurdas feitas sobre o assunto por pessoas que muitas vezes jamais treinaram um IPO 1, ou nem mesmo criaram uma ninhada que gerou um IPO 1 quando adulto. Sabem o que é difícil? Escolher o filhote que será o bom ADULTO! Afinal de contas, não selecionamos cães para disputarem um “Schutzhund Baby”, mas sim para um trabalho ou um esporte que só é permitido ou suportado por cães adultos!

O grande desafio não é escolher os “SUPER FILHOTES”, e sim tentar enxergar atrás de um filhote o que ele poderá ser como adulto, e, isso sim é muito difícil, muito difícil mesmo; isso requer conhecimento sobre cães de trabalho, sobre as linhas de sangue, sobre suas combinações, sobre os pais dos filhotes, sobre como esses pais eram quando filhotes etc. Muitos “SUPER FILHOTES” tornam-se adultos medíocres, e, vice-versa! O mais importante na hora de escolher o filhote certo para a pessoa certa é algo que não é facilmente visível, é um “feeling” que somente alguns conseguem adquirir, depois de vasta experiência, com erros e acertos, com a humildade de sempre consultar os mais bem sucedidos.

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Os chamados “drives”, que todos buscam (na verdade é o que todo mundo busca) e atrás desses são obstinados como se fossem a coisa mais importante, muitas vezes, são na verdade, um problema. As vezes, aquilo que o filhote apresenta que é considerado “drive” pela maioria, não passa de uma ansiedade infantil, que com a idade se converterá em nervosismo. Muitos cães, mais tardios em expressar os “drives”, vão expressá-los na idade própria em sua essência mais pura, mais plena.

O que eu recomendo aos que querem adquirir filhotes é:

01) Livrarem-se do maldito paradigma da “1a escolha”;

02) Procurarem criadores que realmente procuram fazer os acasalamentos da melhor forma, levando-se em conta a combinação dos pais, das linhas de sangue, que analisam os Rx de quadris e cotovelos, e, também de coluna; que analisem os ZW, e que, preferencialmente submetam suas matrizes ao treinamento, para se possível, serem tituladas ( uma tarefa difícil nas condições brasileiras, o que tenho que reconhecer, mas é um quesito que não pode ser desmerecido, haja vista que um dos maiores criadores do mundo, John Jabina – www.jabina.dk – , com muita propriedade utiliza como slogan de sua criação: “Cães que você conhece A, B e C” – fazendo alusão as 3 seções, pois, afinal de contas, criamos cães para 3 seções, e, sem treinar as 3 seções não conseguimos ter uma maior assertiva).

03) Procurar confiar no direcionamento do criador: o criador é quem conhece (ou deveria conhecer) os filhotes no dia a dia, e o principal, deve conhecer como são os pais, se possuem realmente os “drives” de verdade, se são firmes de verdade, se apresentam uma adequada “treinabilidade”, se combinam entre si como indivíduos e por suas linhagens, e se tem além de boas articulações, baixos ZW. Infelizmente no Brasil temos um número muito pequeno de criadores de trabalho, e nem todos tem esses cuidados na criação ou esse conhecimento.

04) Três outras dicas, além das anteriores, para que se tenha uma maior possibilidade de ver características no filhote, visando um futuro bom ADULTO, se for possível:

a. Termos conhecido o perfil da família do filhote (tios, avós etc), na mesma idade do filhote que estamos observando;
b. Termos conhecido o perfil dos pais do filhote, na idade do filhote que estamos observando;
c. Caso o acasalamento gerador do filhote for uma repetição, se tivermos tido a oportunidade de conhecer seus irmãos da ninhada(s) anterior(es), na mesma idade em que estamos observando o filhote atual, e o resultado que eles apresentam atualmente, em todos os quesitos (“drives”, estabilidade, autoconfiança, dureza, tenacidade, “treinabilidade”, agressividade, RX’s etc).

São orientações muito difíceis de conseguirmos seguir, pois nem todas as variáveis estão ao nosso alcance, mas é importante que tenhamos em mente que, escolher um bom filhote deve ser a procura de um bom adulto, a tentativa de observar suas características e projetá-las no que ele poderá ser depois da puberdade, e não a visualização da “SUPER MÁQUINA MIRIM”.

Definitivamente: a escolha do filhote não deve residir na escolha do filhote! Apesar de parecer contraditório e sem sentido, a escolha do filhote deve enfocar, em primeiro plano, na escolha dos pais e da família; o filhote em si é a última coisa a ser observada.

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